Quem sou eu




       Todos os perfis de psicologia que vejo por aí começam sempre por uma apresentação. Bem, mesmo eu tendo esta página desde 2019, apenas hoje senti vontade de me trazer um poquinho também, mas não gostaria que fosse uma apresentação curricular.

    Costumo dizer que o que realmente me tornou psicólogo foi o curso da própria vida. Eu gosto de profundidades. Sou nordestino, filho de dois agricultores que me ensinaram desde muito pequeno o valor das coisas simples. Minha mãe, católica, colocou meu primeiro nome: Francisco. Meu pai, jogador de futebol, escolheu Romário. Ao longo do caminho, adotei “Mário” porque era a forma carinhosa como me chamavam e, aparentemente, eu sou dos afetos. Nem tão religioso quanto minha mãe, mas muito espiritualista para com a vida, também não tão admirador de futebol quanto meu pai, mas por amor aos esportes acabei descobrindo que jogar vôlei de praia deixa meu coração imensamente feliz. Talvez este seja o mais perto do meio do caminho entre o desejo dos dois e sem dúvidas o mais perto do meu próprio desejo que consegui chegar.

    Escolhi psicologia porque queria saber mais sobre mim mesmo e foi fora da sala de aula, nas relações interpessoais, nas repetições emocionais, nas rupturas e conexões com as pessoas e lugares que eu pude descobrir algo verdadeiro sobre a minha personalidade. Com o curso, aprendi muito sobre como fazer ciência, como pensar uma ética e essas outras coisas imprescindíveis para a profissão, mas foi na clínica, na escuta às pessoas, no mergulho com elas, que descobri como fazer psicologia. Mas especificamente, como fazer Psicologia Clínica.

    Penso que foi através da minha curiosidade que me apaixonei pela Ciência, mas foi pela via dos afetos que descobri a potência da Abordagem Centrada na Pessoa. Meu maior desejo é que essas duas coisas pudessem andar mais de mãos dadas na psicologia contemporânea. Infelizmente esta ainda é uma questão que carece de tempo e atualização. Mas, na minha prática clínica, eu tenho tentado fazer algo com isso, no meio do caminho entre as duas coisas.

    Adoro aprender coisas e pessoas novas e me comunicar: eu sou das palavras. Uma vez, conversando com um amigo, não me dei conta do tempo e haviam passado seis horas que estávamos sentados na praia. Facilmente passaria horas numa mesa de bar, num café (ou numa praia) conversando sobre a vida ou filosofando sobre a existência. Amo cantar em karaokês, toco um pouco de violão e tenho paixão por pegar a estrada. Viajar com abertura à experiência é uma experiência incrível. Mas a minha melhor viagem é na busca por mim mesmo: eu estou constantemente numa imensa procura por quem eu sou, pelo meu lugar no mundo e por aquilo que faz sentido para a minha vida. Acredito que talvez nada me defina melhor que isso: eu sou psicólogo.